Morreu meu tio-avô, Joaquim Azambuja Leão
Brasil começa a entrar na 2ªGuerra Mundial
O mês de agosto de 1942 seria o mais trágico na história da marinha mercante brasileira: durante a guerra, nada menos que cinco navios foram torpedeados e afundados na costa brasileira, entre Sergipe e Bahia, pelo mesmo submarino nazista, o U-507, sob o comandado do capitão Harro Schacht. Em 72 horas, foram vitimadas 607 pessoas, entre tripulantes e passageiros, lamentando-se a morte de mulheres e crianças, inclusive de colo. Em 15 de agosto foram atacados dois navios de passageiros: o Baependi, do Lloyd Brasileiro, e o Araraquara, da Companhia Nacional de Navegação Costeira. No primeiro eram transportados 63 tripulantes e 233 passageiros, no naufrágio da embarcação morreram 55 tripulantes e 215 passageiros. Foi a maior tragédia em número de vítimas envolvendo um navio brasileiro. No segundo, foram vitimados fatalmente 66 tripulantes e 65 passageiros. Sobreviveram apenas oito tripulantes e três passageiros. No dia seguinte, 16, o navio Aníbal Benévolo, também do Lloyd Brasileiro, afundou matando 67 tripulantes de uma guarnição de 71 homens, e todos os 83 passageiros.
Em 17 de agosto, mais duas embarcações foram
atacadas pelo submarino nazista U-507, o Itagiba, da Companhia Nacional de
Navegação Costeira, e o cargueiro Arará, da Companhia Serras de Navegação
Comercial. O navio da Costeira transportava 121 passageiros, incluindo soldados
do 7º Grupo de Artilharia de Dorso, e tinha uma tripulação de 60 homens. Desses,
10 tripulantes e 26 passageiros morreram no ataque. A embarcação afundou em dez
minutos. O Arará, quando socorria os náufragos do Itagiba, foi covardemente
atacado pelo U-507, perecendo 20 dos 35 tripulantes.
O U-507 faria mais uma vítima no dia 19 de
agosto: a barcaça Jacira foi afundada a tiros de canhão, a 10 milhas da barra
de Itacaré, no sul da Bahia. Seus cinco tripulantes e o único passageiro
conseguiram se salvar.
O merecido fim do U-507 ocorreu quando foi
afundado no dia 13 de janeiro de 1943, no litoral do Ceará, por um avião
Catalina norte-americano do Esquadrão VP-83, sediado na Base Aérea de Natal.
Não houve sobreviventes de sua tripulação de 54 homens. Esse submarino, em seus
15 meses de operação, afundou e danificou 20 navios mercantes, totalizando
83.704 toneladas de arqueação afundadas.
Os ataques aos navios brasileiros em nossa
costa provocaram indignação e revolta geral na população do país. Milhares de
pessoas foram para as ruas de várias cidades para protestar contra os
afundamentos e o ato covarde que resultou nas mortes de centenas de vítimas
indefesas. No Rio de Janeiro ocorreram várias passeatas e comícios populares
exigindo o revide por parte do governo federal. Instalações como bancos e
empresas ligadas aos países do Eixo foram atacadas, e imigrantes e descendentes
de alemães e italianos foram admoestados pela turba furiosa.
Fonte: Assembleia
Legislativa do Estado de São Paulo
Comunicação Social
Mais informações:
Site da Marinha do Brasil:
Livro ‘Operação
Brasil’; Durval Lourenço Pereira
Segundo narrado no livro “Operação Brasil”, de Durval
Lourenço Pereira, que traz informações do diário de bordo do submarino, mostra
a ação de forma intensa.
Às sete da noite de 15 de agosto começou o
ataque do U-507 ao navio brasileiro Baependi. Num primeiro momento, dois
torpedos são disparados, mas erram. Entretanto o navio é lento e o comandante
alemão, capitão Schacht, consegue reposicionar seu submarino, ultrapassando o
barco brasileiro. As 19h12 abre fogo com outros dois torpedos e, rapidamente, o
navio vai para o fundo do mar. No Baependi, sobrevivem apenas 36, dos seus
322 tripulantes e passageiros.
Interessante notar a seguinte cronologia:
15/08/1942, 19:00, o submarino alemão U-507
torpedeia a afunda o Baependi. No mesmo dia, também torpedeia e afunda o navio
Araraquara.
16/08/1942, o U-507 afundou o navio Aníbal
Benévolo.
17/08/1942, o mesmo submarino afunda o navio
Itagiba e o cargueiro Arará,
19/08/1942, ainda o U-507, afunda a barcaça Jacira
a tiros de canhão.
22/08/1942, Brasil declara guerra ao eixo.
16/09/1944, chega o primeiro contingente da Força
Expedicionária Brasileira para combater na Itália.
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