Dia dos Pais

Já tem algum tempo que não me dou ao trabalho de ir até a Arena para ver jogos do Grêmio. Principalmente pela falta de capacidade de gerenciamento daquele enorme equipamento. Não tem diretoria do clube, nem conselho de administração da Arena. Nada parece funcionar. Como a Doença de Parkinson me transformou em cidadão PCD, pior ainda. O clube nunca foi capaz de atender, minimamente, alguém com um dedo machucado, imagina um cadeirante, um idoso, ou alguém com doença degenerativa. Mas o Lorenzo e a Bruna me presentearam com o jogo no Dia dos Pais. Como disse o guri, “já está tudo pago, não dá para desistir”, então encarei a Arena. Surpreendentemente, tudo funcionou. A cadeira de rodas estava lá, o acesso por elevadores nos levou até a plataforma correta, o estacionamento contratado estava nos esperando. Os funcionários, treinados e informados, nos trataram com respeito, segurança e pro-atividade. Nos divertimos muito. Tudo funcionou. Só o time do Grêmio estragou a noite e deixou o presente incompleto. Um time horroroso. Jogadores ruins. Um técnico que já desistiu do time e está só na inércia, esperando a carta de demissão. Me deu vontade de saltar da cadeira de rodas, dar umas bengaladas nuns jogadores e fazer cruzamentos melhor que o deles. Aos 66 anos e 12 com Parkinson, acho que jogo mais que uma dúzia deste plantel pavoroso. Mas este Dia dos Pais foi emocionante com o carinho do Lorenzo e Bruna.