Conheci Fortini em janeiro’2009 numa
expedição organizada pelo Diógenes, onde ele pretendia resgatar a amizade de
dois companheiros de luta armada o brasileiro ítalo-argentino Fortini, em Misiones, Argentina, e o
chileno Don Roberto, em Santiago do Chile.
A primeira parada da expedição
foi em Aristóbulo del Valle, uma
simpática cidade de 38 mil habitantes, localizada no Departamento de Cainguás, Región das Misiones, noroeste da Argentina.
Foi amizade à primeira vista. Fortini era uma homem enorme, alto e forte, um
gênio para inventar soluções ligadas à mecânica agrícola. Um conhecedor do
mundo. Nasceu ao alvorecer da 2ª Guerra Mundial e, filho de um partigiani anti-facista, combatente na resistência italiana. Desde os primeiros passos
participava do desfile anual da sua aldeia na festa da vitória contra o
nazi-fascismo. Fortini foi um homem de luta. Migrou para o Brasil e participou
da luta armada, integrando a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária). Foi guerrilheiro combatente, preso político que conseguiu
escapar do cárcere, da tortura e da morte certa para refugiar-se no Chile de
Allende. Quando do golpe do Pinochet, acabou preso no Estádio Nacional, de onde escapou novamente da morte,
para esconder-se na Argentina, com a missão de fundar um centro de treinamentos da VPR.
Na noite do dia 17 de janeiro de
2009 fui recebido pelo Fortini em sua casa, junto ao seu filho Alejandro e sua
esposa, Nádia, brasileira, que ele conheceu na luta armada. Ela conseguiu prender
o coração do Gringo por toda a vida, como ele me disse naquela noite:
entregou-se sem muita resistência. Como bom italiano, a comida servida foi
excepcional. Perguntei pela delícia de massa e ele me respondeu em espanhol com
sotaque forte italiano e brasileiro: pastachuuuuta (pastaciuta)! Eu respondi,
perguntando: pastachuta? E ele corrigiu: pastachuuuuta! Foram dias e noites fantásticas, ouvi histórias e lendas ao gosto de bom vinho e da boa comida, tendo como testemunha a vista de uma mata impenetrável ao nosso redor.
Conseguimos cultivar boa amizade
por todos estes anos. É verdade que, por culpa do Parkinson que teima em me
devorar, fui deixando de visitá-lo nos últimos anos, mas as memórias dos
encontros e viagens, juntos, não se apagarão.
Fortini! Presente!
|
Aristóbulo del Valle, Argentina, 04 a 07/09/2010. |
|
Porto Alegre, Brasil, casa do Anflor, 06/8/2011. |
|
Foz do Iguaçú, Brasil, 18/4/2012. |
|
Concórdia, Brasil, 14/8/2012. |
|
Aristóbulo del Valle, Argentina, 24/1/2009. |
|
Aristóbulo del Valle, Argentina, 24/1/2009. |
|
Porto Rico, Argentina, 07/9/2010. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário