24/10/2016

Porto Alegre, Zona Sul Urgente!!!



Prefeitura de Porto Alegre é um CAOS. No dia 04/10, 11h48,
foi solicitado serviço urgente na zona sul, bairro Espírito Santo protocolo
1.320765-16-35: "Cano do esgoto sanitário na rua (...), residência número
222, está largando os dejetos diretamente sobre a calçada. O cano está quebrado
ou rompido e situa-se numa área elevada, despejando os dejetos na calçada e na
rua diretamente." O solicitante junto DUAS FOTOS no anexo ao Protocolo.


Embora tenha COCÔ espalhada na rua, o DMAE deu por encerrado
o serviço e abriu o "Protocolo Derivado 321746-16-29", encaminhando
ao DEP, onde está com a seguinte situação: "Vazamentos na rede pluvial -
situação: em andamento". Na realidade PARADO desde o dia 05/10.


Vejam o filme...


Contando os dias para encerrar a gestão do Prefake José
Fortunati.


Já vai tarde...








12/09/2016

Reflexões sobre imagem dos serviços públicos

      No início dos anos 90 comprei um apartamento de um casal de amigos que estava mudando para outra cidade. Transferir o financiamento para meu nome significava, praticamente, dobrar o valor de avaliação para financiamento. Coisas da estranha economia brasileira da época. Como faltavam poucos anos para a quitação e, sendo um negócio entre amigos, fizemos um contrato de gaveta registrado no cartório de títulos e documentos especiais, bem como providenciei uma procuração por instrumento público para poder tratar dos assuntos referentes ao imóvel. O agente financeiro era a Caixa Econômica Estadual.
      Com estes documentos, coloquei as contas referentes ao imóvel no meu nome na imobiliária administradora do prédio, no cadastro dos impostos e taxas da prefeitura, cheguei a ser conselheiro de administração e síndico do prédio. Porém, não conseguia transferir o imóvel para meu nome sem multiplicar o débito, inexplicavelmente, por dois, nem pagar as prestações com cheque ou colocar no débito em conta na minha conta bancária no Banrisul, instituição financeira pública, do estado do Rio Grande do Sul, assim como a Caixa Econômica Estadual - que não aceitava e não respeitava esta recontratação.
      Assim, durante anos, mensalmente, eu ia até a agência da Caixa Estadual ali na Rua Duque de Caxias. Entrava numa fila para pegar o boleto, noutra fila para pegar uma autorização para pagá-lo e, depois, numa outra fila do caixa, para efetuar o pagamento em dinheiro vivo. Algumas vezes o funcionário não aceitava minha procuração por instrumento público e fornecia um formulário de procuração da Caixa Econômica Estadual para colher a assinatura dos meus amigos, que deveria ser reconhecida por autenticidade no cartório. Outro transtorno, pois eu tinha que enviar para eles pelo correio e receber da mesma forma. Esta procuração, de uma hora pra outra já não valia mais, dependendo do humor do funcionário da Caixa, e eu tinha que fazer tudo de novo. Era um grande tormento pagar minha prestação e, ao menos, um turno do dia seria perdido, quando não um dia inteiro dentro da agência da Caixa até conseguir pagar a conta. Um inferno terrível. Parecia um castigo padecer daquele jeito nos labirintos do descaso e da falta de bom senso dos funcionários da Caixa Econômica Estadual.
      Esta humilhação seguiu durante alguns anos, até que num dia eu cheguei na agência para cumprir minha via sacra e notei que não haviam filas. Ao perguntar como fazer para pagar fui orientado a dirigir-me direto ao caixa, que me atendeu com presteza e simpatia, e bastante solicitude em perguntar se eu queria pagar com cheque ou dinheiro, alertando – ainda, para a possibilidade de colocar no débito em conta a fim da facilitar minha vida. Primeiramente eu imaginei tratar-se de uma pegadinha, mas - antes de acordar-me do sonho, o gentil servidor sugeriu-me tomar café com uma colega dele numa mesinha na entrada da agência: “assunto muito importante e do seu interesse”, afirmou.
      Na tal mesinha, diante da funcionária prestativa e saboreando o delicioso café com biscoitos descobri as razões de tanta deferência. Estavam organizando uma lista de assinaturas num documento de apoio à Caixa Econômica Estadual, naquele momento em vias de ser extinta pelo Governo do Estado. A mocinha até me comoveu com o discurso pronto: “Cidadão! Este governador, um neoliberal sacana, quer acabar com a SUA Caixa Econômica Estadual e o senhor não pode deixar que isto aconteça, blá, blá, blá...” Olhei bem nossos olhos dela e refleti: “Esta merda aqui nunca foi minha. Só o que tenho aqui nestes anos é humilhação e desserviço..” Bem, resumindo, a Caixa Econômica Estadual foi extinta e seus ativos privatizados, pois o governo neoliberal atacou com grande fúria privatista. A carteira imobiliária foi absorvida pelo Banrisul, por coincidência onde recebia meu salário, e passei a pagar as prestações no débito direto na minha conta corrente. Alguns anos depois quitei o imóvel.
      Hoje, observo como grandes corporações públicas como a CEEE, a Corsan e até a Segurança Pública, prestando péssimo serviço ao contribuinte, tratado com distância e atendimento absolutamente desqualificado, e noto como vão se tornando organizações vulneráveis quando atacadas por neoliberais. Aí ocorre o momento em que lembro o poema No caminho com Maiakóvski, de Eduardo Alves da Costa:
"[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim. 
E não dizemos nada. 
Na segunda noite, já não se escondem; 
pisam as flores, matam nosso cão, 
e não dizemos nada. 
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, 
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.”


14/07/2016

Ela Já Sabia !!!

Em 1986, graças a fraude do Plano Cruzado, o PMDB varreu o país nas eleições para Governador, Senador e Deputados Federais e Estaduais. Tal como hoje, o Presidente era o Vice, José Sarney, pq o titular havia morrido (Tancredo), antes de tomar posse.Bem, nas eleições de 86, com urnas fechadas, pesquisas a mil e antes mesmo de iniciar a contagem dos votos, os brasileiros começaram a perceber o estelionato que lhes havia sido imposto.


No Rio Grande do Sul, o novo governador, Pedro Simon, seu cachimbo e sua turma tomaram posse, com arrocho, aumento de impostos e tudo mais, igualzinho como agora. Este pilantra aí, o Sartóri, já era Deputado Estadual. Ou seja, desde sempre passando a perna no povo e nos funcionários públicos.
Minha mãe, a Profa. Eglê estava entre os enganados. Não por falta de aviso deste filho aqui, mas... vá lá... Ela estava arrependida de ter bancado a boboca. Na realidade foi uma vítima de mais uma fraude dos malandros do PMDB...

Os professores entraram em greve. Foram quase 100 dias. Acampados na Praça da Matriz por meses, levaram porrada, foram tratados como lixo. Num ato público rasgaram e queimaram as fichas de filiados ao PMDB. Indignados, execraram os traidores. Afinal de contas, haviam bancado os palhaços da hora defendendo o Plano Cruzado. Lembram dos "fiscais do Sarney"???

O Brasil, agora, foi novamente assaltado por vigaristas. Logo virão planos mirabolantes e as maquininhas de aumentar preços nos supermercados também, acompanhados de desemprego, arrocho salarial, miséria.

A Profa. Eglê morreu em 2009, no melhor momento do Brasil desde a invasão europeia dos anos 1500, quando os brasileiros passaram a ter orgulho e andar de cabeça erguida.

As imagens são do fotógrafo Genaro Joner, do Diário do Sul, no dia 10/04/1987, início da greve dos 100 dias contra o governo do PMDB no Rio Grande do Sul.

25/05/2016

Mr. Tangerine Man


      Nos meus verões da infância e da adolescência era corrente a temporada no litoral sul de Santa Catarina. Meu avô materno, advogado e empresário do ramo imobiliário, construiu uma vida naquela região espremida entre os contrafortes da Serra do Mar e o oceano, de Torres à Araranguá. O escritório e a residência do “gordo”, como carinhosamente o chamávamos, ficava em Sombrio, curiosa cidade emancipada de Araranguá no início do anos 50 e que, até os anos 90 formava a fronteira com o Rio Grande do Sul, de onde recebeu forte influência. Tanto que a bandeira oficial do município é a tradicional bandeira gaúcha com o brasão sombriense aplicado no centro.

      Naquele tempo, a base econômica era agrícola, concentrada no fumo e no arroz, mas já despontava sua vocação industrial calçadista e moveleira. À cidade localizada ao longo da BR-101, bem no meio do caminho entre Porto Alegre e Florianópolis, chegávamos em três horas de viagem em confortáveis ônibus da Santo Anjo ou da São Cristóvão. Não tinha mais do que cinco mil habitantes e duas avenidas calçadas – a principal, do trevo na BR-101, terminava na igreja, sentido oeste leste, e outra que cruzava no sentido norte sul. Tínhamos casa no Balneário Gaivotas, então um distrito da cidade. Mar aberto de águas tão limpas e transparentes quanto geladas, muito bom para o surfe que chegaria por lá em meados dos anos 70, trazido pelos filhos da jovem burguesia que se formava.

      Bem, eu e meu irmão frequentávamos a high society local, com a mesma desenvoltura que transitávamos no povão. Todavia, nossos melhores amigos estavam, mesmo, misturados neste povão onde nos sentíamos mais à vontade. Minha adolescência cruzou os anos 70 como um bólido veloz e instável, próprio da idade e também esteve por ali, em loucos verões com muito mar, muito sol, muito rock’n’roll e blues, muita bebida e maconha. Nossa juventude resistia como podia, contra tudo e contra todos. Nossas vidas eram bastiões ante o avanço do conservadorismo, mais arcaico, e o liberalismo, mais destruidor. As famílias rodrigueanas e o estado repressor, representavam tudo o que não queríamos reproduzir. Eu e meu irmão travávamos nossas próprias batalhas para sobreviver e construir nossos espaços. Aquela década foi muito intensa. Viver em Porto Alegre estava ficando muito perigoso e nossa chance de experimentar a liberdade eram as escapadas para Sombrio e suas praias, verão e inverno, incluindo alguns feriados ao longo do ano.

      Minha memória está povoada de boas lembranças de Sombrio e os grandes amigos que fiz: Guda, Jair, Zé Jacques, Marcinha, Eládio, Sólon do Canto, Paulinho Vignali, Pasteur, Bani, Moacir, Ângela. Enfim, notáveis seres humanos que viverão para sempre no melhor lugar do meu coração.

      Ontem foi aniversário de 75 anos do Bob Dylan, lembrei da magia dos anos 70 e seus extremos, e minha memória resgatou a imagem de uma figura emblemática da cidade naquela época. O Salvão, batizado Sálvio Collares, sujeito folclórico e interessante, magrão alto, cabeludo, barbicha de rock star, um protótipo do Raul Seixas, educado e incapaz de fazer mal a alguém, um hippie maluco e ingênuo, que imaginava um mundo sem guerras, com muita música e pouca roupa, costumava circular pelas ruas tocando violão e cantando. Eu gostava muito de ver a simplicidade daquela criatura que tinha, na música, sua forma de interpretar o mundo e, ao mesmo tempo, aquietar sua alma.

      Um dia o Salvão estava no maior astral e cantava sua singular versão do clássico Mr. Tamborine Man, do mestre dos mestres, Bob Dylan. Num inglês absolutamente intraduzível, o intérprete cantava, acompanhado das impecáveis cifras do violão, e – a plenos pulmões, fazia chegar a mensagem ao seu público que o acompanhava num cortejo lisérgico-pacifista rua à fora: Hey! Mr. Tangerine Man, plant’a som for me... Lembrei disto e sorri para mim mesmo, pensando que o Bob Dylan precisaria saber como sua música toca a alma das pessoas, mesmo a quem não a entenda em uma só palavra.

      Se a vida é complexa, o ser humano - na sua pureza, é capaz de reduzi-la a algo mais entendível. Sem dúvida. E o importante mesmo, como naquela música da banda O Terço, é a vida. Que corre em nossas veias, a pulsar.

10/04/2016

Time do Lorenzo ganha de 10X1

Não tem pai que não fique orgulhoso. O Lorenzo está jogando com seus amigos no Lazio Z.S. (Zona Sul), categoria Sub-17. Na estreia do time na Champions Future, ganharam do Boca Juniors de Canoas (RS) por 10X1.
Eu achei legal a iniciativa. Ano passado alguns deles foram jogar no time da AABB e acabaram vice-campeões no Metropolitano.
Depois de cinco anos no Ipanema Sports, ele ficaram sem time para jogar porque no clube não tem a categoria Sub-17. Alguns se mandaram para o time da AABB e jogaram a temporada 2015.
Aí eles se juntaram naquela antiga turminha, procuraram o professor Carlos Daniel, o Xuxa, que montou o time de futebol 7 e de campo. A Lazio ZS tem este nome porque joga com o uniforme e escudo da Ipanema Sports que é parceira e eles tem o apoio do Colégio João Paulo I - onde estuda a maioria dos atletas, nascidos entre 1999 e 2000.











14/03/2016

Los Tres Amigos e a Conquista da Patagônia - O Livro

    

      Tivemos que estender a campanha. Agora, quem quer fazer contribuição solidária, patrocínio, ou participar do financiamento social, já pode: http://migre.me/tebv7 Agradecemos muito a quem já contribuiu e avisamos que o projeto atrasou um pouquinho, tendo em vista a alta do dólar e blá, blá, blá... Mas já está em montagem e arte final.
      Vídeo publicitário do livro, e guia de viagem comentado, da expedição de três amigos de meia idade, com portadores de capacidades limitadas, em abril'2015. O guia de viagem e documentário da região da Patagônia, intitulado A Conquista do Fim do Mundo, contém descrição da belíssima região e relato de viagem - com imagens fantásticas. É voltado ao público em geral e - em particular, para pessoas com mais de 50 anos e, principalmente, que tenham algum tipo de incapacitação, de qualquer natureza, mas possuam grande vontade de viajar e conhecer lugares. 
      O livro-guia-documentário relata a expedição à região Patagônica, de três amigos de meia-idade - Antônio Sérgio Castro Lima, Marcus Vinicius Anflor e Mogli Carlos Veiga, com algum problema na sua capacidade motora, sem permitir que esta diferença influencie de forma negativa as suas vidas, e viajam juntos - inclusive dirigindo veículos comuns, adaptando-se às condições locais e aproveitando as circunstâncias. Além de relato, roteiro executado e grande arquivo de imagens, a publicação tem sugestões de roteiros, informações e dicas de viagens. O livro tem uma versão digital, num  criativo e-book  com fotos de alta qualidade e beleza indescritível, além de precisas informações de viagem e roteiros imperdíveis.