No inicio de 1519 quando a armada espanhola - sob o comando de Hernán Cortéz, chegou às praias mexicanas, os chefes aztecas logo trataram de presentear o importante chefe com algumas preciosidades, incluindo aí, vinte jovens meninas escravas aprisionadas pelos aztecas à outros povos por eles dominados. Dentre estas jovens estava Marina, (ou Malintzin, ou ainda, Malinche, em espanhol). A jovem era muito bonita e logo tornou-se amante de Hernán Cortéz, que descobriu muito mais valores do que a beleza naquela mulher. Pela sua origem nobre entre os Toltecas conquistados pelos Aztecas - ela era muito culta e falava os vários idiomas dos diversos povos do novo continente. Pela sua facilidade com as línguas, rapidamente aprendeu o espanhol, tornando-se - além de namorada do comandante, peça muito importante na conquista daqueles povos.
Os espanhóis conseguiram muitos aliados com o trabalho de Malinche contra os poderosos Aztecas. O talento para a negociação era uma característica marcante da bela jovem, que ajudou os espanhóis na tentativa de, a princípio, estabelecer relações amigáveis com o império Azteca e a conquistar aliados entre outros povos indígenas explorados pelos próprios aztecas, como os cempolanos - os primeiros índios a se juntarem aos espanhóis na guerra com os aztecas, e Malinche foi hábil em conquistar o apoio de milhares de guerreiros de diversas etnias indígenas, sem os quais a conquista espanhola teria levado muito mais tempo para acontecer.
Malinche teve um filho com o espanhol Cortéz, batizado Martín Cortéz, que tornou-se oficial da armada espanhola e chegou a ser Comendador da Ordem de São Tiago. É conhecido como o "primeiro mexicano" por representar o início da miscigenação na América. Mais tarde, em 1548, este mestiço foi executado no garrote vil, sob a acusação de conspiração contra o Vice-Rei.
A história desta mulher e toda a tragédia que a envolve, tornando-a símbolo da miscigenação no continente, aliada à extrema fidelidade dela à seu senhor, deu origem ao mito da "Maldição de Malinche", que passou a expressar a situação de dominação e subordinação dos mexicanos - por extensão, os povos originários do continente americano, a interesses estrangeiros, a partir da "traição" de Malinche.
Em 1973, o compositor Gabino Palomares escreveu a obra "Maldición de Malinche", imortalizada na voz da intérprete, também mexicana e descendente de aztecas, Amparo Ochoa:
Para ver e ouvir o clipe: http://youtu.be/eyUwolkWINk
Tradução:
2 comentários:
Muito obrigado pelo texto informativo sobre uma história pouco conhecido. O texto está bem claro e didático. Gostei.
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