28/10/2013

Morre Lou Reed, aos 71 anos



Lou Reed foi um destes mágicos do rock que me impressionaram e sacudiram minha adolescência. Nascido no Brooklyn, New York, em 02/03/1942, foi compositor, poeta, cantor e guitarrista. Seu trabalho foi transversal em várias expressões da arte, influenciando na música, na poesia e no teatro. Considerado o grande revolucionário e mentor da música alternativa, foi o poeta maldito das esquinas e do submundo de New York. Como articulador da banda The Velvet Underground influenciou Iggy Pop, New Yor Dolls e David Bowie, contaminando – com seu estilo rebelde e irreverente, toda a cena póspunk inglesa. Sua vida era o caos que sua arte expressava e – adiante do seu tempo, Lou Reed declarou-se bissexual e viveu com um travesti, defendeu movimentos de liberação sexual – como o sadomasoquismo quando namorou uma dominatrix nova-iorquina, descoloriu o cabelo, abusou do álcool e das drogas, foi hippie e punk. Desde a adolescência era diferente dos outros garotos e, por ser consumidor de heroína foi internado por seus pais numa clínica para tratamento – da heroína e da bissexualidade, imagine! Era admirador de Edgar Allan Poe e Raymond Chandler, além de James Joyce, a quem faz referências em The Blue Mask. Juntamente com o The Velvet Undergroud, vai participar de um dos mais extravagantes e vanguardistas movimentos pop dos anos 60 e 70, integrando a Factory, idealização de Andy Warhol. Bem, Lou Reed morreu ontem, aos 71 anos, mas deixa um legado extraordinário não só para a música, mas para as artes e para a inovação. Quem acredita na criatividade e na capacidade humana de se reinventar de forma constante, aprecia a obra deste cara. A melhor matéria que li a respeito de Lou Reed saiu hoje no G1 - http://migre.me/gr3hD.

Discografia

1. Com o The Velvet Underground

  • The Velvet Underground and Nico (1967)
  • White Light / White HeT (1968)
  • The Velvet Underground (1969)
  • Loaded (1970)
  • Live at Max's Kansas City (1972, gravado em 1970)
  • 1969: The Velvet Underground Live (1974, gravado em 1969)
  • VU (1985, gravado entre 1968-1969)
  • Another View (1986, gravado entre 1967-1969)
  • Live MCMXCIII (1993)
  • Peel Slowly and See (boxset de 1995 box set, gravado entre 1965-1970)
  • Bootleg Series Volume 1: The Quine Tapes (2001, gravado ao vivo em 1969)
  • The Very Best of the Velvet Underground (2003, gravado entre 1966-1970)

2. Solo

Álbuns de estúdio

  • Lou Reed (1972)
  • Transformer (1972)
  • Berlin (1973)
  • Sally Can't Dance (1974)
  • Metal Machine Music (1975)
  • Coney Island Baby (1976)
  • Rock 'n' Roll Heart (1976)
  • Street Hassle (1978)
  • The Bells (1979)
  • Growing Up in Public (1980)
  • The Blue Mask (19782)
  • Legendary Hearts (1983)
  • New Sensations (1984)
  • Mistrial (1986)
  • New York (1989)
  • Magic and Loss (1992)
  • Set the Twilight Reeling (1996)
  • Ecstacy (2000)
  • The Raven (2003)
Álbuns ao vivo
  • Rock 'n' Roll Animal (1974)
  • Lou Reed Live (1975)
  • Live: Take No Prisoners (1978)
  • Live in Italy (1984)
  • Live in Concert (1997)
  • Perfect Night: Live in London (1998)
  • American Poet (2001)
  • Animal Serenade (2004)

Em colaboração

  • Songs for Drella, com John Cale (1990)
  • Le Bataclan '72, com John Cale e Nico (2004)
  • Tranquilize, com The Killers (2007)









Um comentário:

Ernesto Ribeiro disse...

Sobre Lou Reed no site Mofo:


Dois textos PERFEITOS. Definitivos.


Duas grandes análises extensas, minuciosas e detalhadas sobre 2 álbuns essenciais, com a narrativa CHOCANTE, ESTARRECEDORA da vida pessoal do artista em sua fase mais barra-pesada.


DE ARREPIAR OS CABELOS:


No fundo do poço com Lou Reed:


Berlin (1973)

http://www.beatrix.pro.br/mofo/berlin.htm


Rock 'n' Roll Animal Tour (1974)

http://www.beatrix.pro.br/mofo/lourock.htm


“O produtor Bob Ezrin imediatamente voou para o Canadá onde se internou em um hospital, para curar da dependência de heroína e poder exorcizar o disco.”


“Para se dissociar da imagem de David Bowie, já que não agüentava mais as comparações, Lou começou a criticar Bowie chamando-o de um cara “sujo” e que Bowie havia se aproveitado dele para decolar na carreira. Irritado, Bowie retrucou que Lou...”


“Durante a turnê, ocorreu uma tentativa de suicídio de sua esposa Betty, que era totalmente desprezada por Lou. Betty dizia que não sabia como conseguiu casar com um homem tão mau, mentiroso e maníaco...


“John Cale assistiu uma dessas apresentações e comentou, horrorizado, que a anfetamina havia mudado a estrutura muscular de seu rosto, a ponto dele não poder mais sorrir.”


“E Lou começou seu jogo macabro, com atitudes ainda mais vis. Sua primeira vítima foi ninguém menos que Nico. (*****************) Essa insanidade durou três dias, até que ela fugiu para o apartamento vizinho pedindo socorro. Essa seria a última vez que os dois se veriam. Nico nunca mais conseguiria encarar Lou nos olhos...”